Como muitos brasileiros espalhados por esse mundo, eu acabei tendo a minha primeira filha fora do Brasil. Se ser mãe de primeira viagem já é uma experiência louca e transformadora, passar por isso tudo no “país dos outros”, onde nem sempre somos fluentes na língua, longe da família, sem rede de apoio… ufa! É um desafio e tanto!
E além de todos os desafios e culpas que a maternidade em si já traz, os pais que estão no exterior ainda carregam mais uma coisa na mala: a preocupação em passar o nosso português como língua de herança pros filhos.
As razões são muitas, e a que eu mais ouço de outros pais é o desejo de se criar um vínculo entre os filhos e a família no Brasil. E isso faz todo o sentido, afinal, mesmo com todas as tecnologias de hoje em dia, que ajudam muito a manter um contato mais próximo com a família no Brasil, inclusive com chamadas de vídeo, é bem óbvio que esse vínculo só vai acontecer se os filhos falarem o português!
Um pouco sobre mim
Como eu sou formada em Letras e trabalhei um bocado com ensino de línguas, eu já sabia que o bilinguismo é uma jornada dura e trabalhosa. Não é uma coisa que acontece naturalmente! Nesses quase 20 anos morando no exterior, eu já conheci famílias brasileiras em que os dois pais eram brasileiros, e mesmo assim os filhos não falavam português. Conheci também crianças que saíram do Brasil já grandes, algumas até já alfabetizadas, que perderam o português ao longo da vida.
Por isso já durante a gravidez mesmo eu comecei a me preparar para a jornada bilíngue da minha filha.
Ao contrário da maioria dos pais que têm receio de que seus filhos usem tábletes e assistam muita TV, eu sabia que com uma boa curadoria, essas tecnologias poderiam ser minhas aliadas na aquisição do português como língua de herança.
Provavelmente por causa da minha formação e experiência profissional com tecnologias educacionais, inclusive com foco no ensino de línguas, eu tenho essa relação muito confortável com Internet, apps, sites, YouTube, IG, e essas coisas. Sei que essas tecnologias estão aí, e acredito que nós, como pais, temos que ser os mediadores da relação que nossos filhos criam com essas coisas; ao invés de lhes evitar ou proibir o uso.
Então lá fui eu pesquisar sobre aplicativos educacionais infantis, pra bebês e crianças bem pequenas. Porém, pra minha surpresa, não encontrei muita coisa legal e de boa qualidade em português.
Eu achava coisas fantásticas em inglês! Aplicativos super bem pensados, bem produzidos, com conteúdos didáticos mas ao mesmo tempo divertidos. Eu queria que minha filha pudesse ter aplicativos como aqueles em português.
E foi assim que nasceu a Poikilingo! 🙂 Peguei a minha experiência em Educação Infantil, ensino de línguas e tecnologias educacionais e comecei a desenvolver aplicativos pra minha filha.
Aos poucos fui compartilhando essas apps com as amigas e com outras famílias brasileiras espalhadas pelo mundo. A paixão por essa área foi aumentando, e logo me dei conta de que essa seria a minha missão, não tinha como fugir!
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Letícia é uma brasileira vivendo no exterior há quase 20 anos. Longe do Brasil, ela se tornou mãe e se deu conta de que o português não “acontece” naturalmente. Licenciada em Letras pela UFRGS, com mais de 25 anos de experiência em tecnologias educacionais, escolheu usar a tecnologia como aliada na jornada bilíngue. E assim nasceu a Poikilingo: para criar apps educacionais e ajudar outros pais de brasileirinhos e lusinhos espalhados pelo mundo.